Podem ser de qualquer sabor, de qualquer tamanho, com ou sem recheio, com ou sem cobertura: são uma das grandes paixões da minha vida.
Normalmente adoro cozinhar seja o que for: é uma tarefa que me ajuda, de algum modo, a relaxar. E para além do mais, é sempre um prazer ver alguém comer com satisfação o que fizemos. É um bálsamo para o ego.
No entanto, são os bolos que me preenchem :-D Se a semana tiver sido realmente stressante, é optimo fazer um bolito à sexta feira. A minha irmã é a parceira ideal para esse tipo de coisas: tem imensa pachorra (sem stresses...), gosta de experimentar coisas novas e estamos em perfeita sintonia na cozinha.
Um bolo é maravilhoso, apesar da sua fama não ser das melhores. O que, como li no livro Comam Bolos! <-- um dos meus livros favoritos, por sinal, recomendo a sua leitura - é uma perfeita estupidez: uma fatia de bolo nunca engordou ninguém - não comemos o bolo inteiro, apenas uma fatia. Um bolo é deveras delicioso, e, se for caseiro, não é apenas o ponto final de uma refeição, é uma prova de amor, porque só fazemos bolos para quem mais gostamos. Se não gostamos por aí além do convidado, não lhe fazemos um bolo: compramos um já feito... Recusar uma fatia, mesmo pequenina, parte o coração à cozinheira.
E um bolo, como também dizia o livro, lembra-nos sempre festa: aniversário, casamento, batizado, Natal... Os bolos celebram a alegria. Por alguma razão não existe o hábito de se comerem bolos em funerais. No entanto, digo eu, devia ser algo a considerar, pois a textura aveludada do bolo, a secura do miolo em perfeita sintonia com uma pegajosa cobertura ou a liquidez de uma calda reconforta-nos a alma e o coração: quantas vezes, principalmente nos Natais, onde é costume se fazerem receitas de família, quase que ficamos com lágrimas nos olhos ao degustar aqueles biscoitinhos que a avó fazia , e então a nossa mente viaja por aqueles Natais já distantes e recuamos, de facto, no tempo, inundando o coração de uma saudade saudável.
As filhós, os sonhos, as rabanadas e as azevias vão-me sempre lembrar os Natais na minha avó, o bolo Panettone e as filhós da massa do pão regadas com calda de açúcar evocam-me os lanches em casa da madrinha Miquelina, bem como os económicos me transportam instantaneamente para a minha Bemposta, e num instante estou de novo no forno, a sentir o cheirinho da lenha... Podia ficar aqui o dia inteiro a dar exemplos, que não os gastava a todos.
Para além do mais, fazer bolos em conjunto é uma delícia em si. Portanto, juntem irmãos mais novos, pais e filhos, avós e netos, tirem o pó ao livro de receitas da família, liguem o forno nos graus que o livro indicar e sirvam os vossos miminhos carregados de ternura...
1º foto (dir.) : Capa do livro Comam Bolos! - Jeanne Ray
2º foto (esq.): Fatia de bolo tirada de um site ao calha <-- parece delicioso, não parece?
3º foto (esq): Anos dos Gémeos - o Pedro a dar-me um beijinho e eu toda contente a comer bolo de chocolate
1 comentário:
oh ana que texto lindo...tou toda derretida,como a cobertura do bolo da imagem looool
Eu adoro fazer bolos contigo e também odeio quando alguém não quer comer uma fatiazinha do bolo que eu fiz, até parece que têm medo que eu tenha posto veneno ou kualker coisa loool
beijinhos
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