21/03/2009

Dias de sol


Dias de sol com calor é do melhor que há.
Haverá coisa melhor do que sair à rua sem casaco, espreguiçar numa sombra e deixar que o vento zumba nos nossos ouvidos?
Hoje, teoricamente, é o 1º dia de Primavera, e, por enquanto, está sol. Ontem já dava chuva (ainda bem que não se confirmou, visto o passeio a Évora), para hoje também e, afinal, parece que só irá chover amanhã. Por mim, quanto mais tarde melhor.
Ouve uma altura em que detestava, detestava mesmo, os dias de chuva. Faziam-me dores de cabeça. Por sorte, coincidiu com um ano de seca (saudades!!!) e portanto, pode dizer-se que Deus me fez a vontade, apesar de já ninguém achar piada a rios secos e céus sem nuvens...
No entanto, quê, praí à dois anos, fiz as passes com as nuvens, sem no entanto ainda sermos as melhores amigas. Cheguei à conclusão que, se depois de dias de sol tem vir sempre dias de chuva, a verdade é que depois de dias de chuva o sol também há-de voltar e isso faz-me ficar satisfeita novamente.
Na verdade, se estivermos felizes, mesmo felizes, daquele felicidade cada vez mais rara à medida que crescemos, aquela felicidade que nos faz vir quase lágrimas aos olhos, aperta a barriga e parece que salta no peito, a chuva não tem mesmo importância. E que se um amigo nosso se for embora, não há dia de sol que nos anime.
No entanto, num dia de sol como este ficar em casa é quase pecado! Então, toca a sair do lugar (se as nossas ocupações deixarem) e ir aproveitar o sol que, disse o meteorologista hoje ao almoço, parece que será de pouca dura.
Enfim, não podemos empedir que o sol se esconda lá fora, mas somos responsáveis para que ele não deixe de brilhar nos nossos corações.
Portanto... iluminem-se!

19/03/2009

É de valor!


É engraçado a noção de valor.

O engraçado é que todos nós temos a nossa própria noção de valor, relativa e variando ao longo da vida.

Começa pelo valor que damos aos brinquedos quando somos pequenos, sabem? Não aos brinquedos, mas àquele brinquedo especial. No meu caso, é um urso de peluche castanho dado pela minha madrinha quando eu era bebé. Hoje, podia dar os meus peluches todos, mas aquele, já cosido centenas de vezes, tenham paciência...

A partir daí, hierarquizamos as coisas que damos valor, nem sempre da maneira mais correcta: damos mais valor aos nossos pais que aos nossos amigos (a ordem vai variando ao longo da vida...), mais valor às notas que temos do que ao que sabemos, mais valor ao que os outros dizem do que, enfim, aos nossos próprios valores. Damos infinitivamente mais valor à caneta dada pela amiga de infância do que ao livro de 1ª Edição dado pela nossa Tia Hermingarda, damos mais valor a um beijo da nossa avó do que a todos beijos que demos durante o dia. Mais valor à saúde que ao dinheiro. Mais valor à vida que à pressa, embora tantas vezes nos esqueçamos disso...

Damos mais valor a um olhar do que a uma palavra de afecto. E as carícias às vezes sabem melhor que beijos...

Damos mais valor ao que é novidade e desprezamos o que temos, até que o que considerámos como certo um dia desaparece e nos damos conta de como nos fazia falta.

E percebemos que temos de virar costas à porta que se fechou há tanto tempo à nossa frente, e então reparamos que tantas, tantas outras portas estiveram abertas o tempo todo que perdemos a olhar para a que estava fechada.

E então damos valor ao que perdemos, porque nos fez ganhar algo.

E isso, amigos, é de valor!