19/03/2009

É de valor!


É engraçado a noção de valor.

O engraçado é que todos nós temos a nossa própria noção de valor, relativa e variando ao longo da vida.

Começa pelo valor que damos aos brinquedos quando somos pequenos, sabem? Não aos brinquedos, mas àquele brinquedo especial. No meu caso, é um urso de peluche castanho dado pela minha madrinha quando eu era bebé. Hoje, podia dar os meus peluches todos, mas aquele, já cosido centenas de vezes, tenham paciência...

A partir daí, hierarquizamos as coisas que damos valor, nem sempre da maneira mais correcta: damos mais valor aos nossos pais que aos nossos amigos (a ordem vai variando ao longo da vida...), mais valor às notas que temos do que ao que sabemos, mais valor ao que os outros dizem do que, enfim, aos nossos próprios valores. Damos infinitivamente mais valor à caneta dada pela amiga de infância do que ao livro de 1ª Edição dado pela nossa Tia Hermingarda, damos mais valor a um beijo da nossa avó do que a todos beijos que demos durante o dia. Mais valor à saúde que ao dinheiro. Mais valor à vida que à pressa, embora tantas vezes nos esqueçamos disso...

Damos mais valor a um olhar do que a uma palavra de afecto. E as carícias às vezes sabem melhor que beijos...

Damos mais valor ao que é novidade e desprezamos o que temos, até que o que considerámos como certo um dia desaparece e nos damos conta de como nos fazia falta.

E percebemos que temos de virar costas à porta que se fechou há tanto tempo à nossa frente, e então reparamos que tantas, tantas outras portas estiveram abertas o tempo todo que perdemos a olhar para a que estava fechada.

E então damos valor ao que perdemos, porque nos fez ganhar algo.

E isso, amigos, é de valor!

1 comentário:

Anónimo disse...

oh pá...tou emocionada :P
beijinhooo